A co-produção Colômbia X Brasil A Outra Forma é uma animação muito prestigiada em festivais pelo mundo, destacamos a Seleção Oficial Contrechamp, Annecy da França. A indicação ao Prêmios Quirino de Animação na Categoria de Melhor longa-metragem Ibero-americano e o prêmio de Melhor longa-metragem Animação em SITGES – Festival Internacional de Cine Fantástico, na Espanha. Com produção e distribuição do Estúdio GIZ, o filme tem direção do colombiano Diego Guzmán e os brasileiros, o diretor de animação Valu Vasconcelos e o designer de som Marcelo Cyro, e chega aos cinemas do Brasil no dia 12 de dezembro. Antes, porém, haverá o painel com apresentação de trecho da animação e bate-papo com os criadores na CCXP24, no dia 7 de dezembro, às 16h30, no palco Ultra.
O longa-metragem A Outra Forma nos leva a um futuro próximo onde a humanidade constrói um paraíso quadrado e artificial na superfície da Lua, que só pode ser alcançado quando corpos e mentes adquirem formatos quadrados. Para isso, lançam mão de engrenagens, ferramentas, dispositivos corretivos e até cirurgias, que moldam seus corpos como cubos. Entre estas pessoas, há um cidadão, que guarda internamente questionamentos de sua individualidade e o que poderia dar errado, na verdade, alavanca uma jornada particular e única.
“O filme reflete sobre a manipulação do pensamento individual. Há muitas coisas em nossa sociedade que nos moldam, sem que tenhamos muita consciência disso. Modas, redes sociais, nosso grupo social, etc. Todos eles influenciam nossa maneira de agir, nossa maneira de pensar. Hoje em dia é muito difícil pensar por si mesmo dada a quantidade de informação a que estamos expostos. E quando você está imerso em algumas dessas “ideologias” (como neste caso, o quadrado), é muito difícil ver o mundo de outra forma.”, defende o diretor e roteirista Diego Guzmán.
Ser quadrado, em A Outra Forma, vai além de ter o pensamento fechado, ser antiquado ou teimoso: é a norma dessa sociedade distópica. “Neste caso, o quadrado é uma invenção humana, oposta ao que é orgânico e natural. É a ideia de perfeição inatingível. Algo tão polido que não pode ter qualquer ranhura ou defeito”, explica Guzmán. “Mas são os defeitos e as imperfeições que nos tornam diferentes dos outros. O quadrado é a concepção errada de que somos todos iguais e que todos devemos nos encaixar no mesmo molde.”
A equipe brasileira conta como foi trabalhar em coprodução e um pouco do que foi feito no Brasil: “para nós foi muito importante trabalhar em parceria com o Diego, porque ele é um diretor muito dedicado, que tinha o filme todo planejado, e ficou durante anos da sua vida persistindo no projeto. Nós esperamos por mais de dois anos para que o financiamento saísse no Brasil, e o Diego nunca desistiu de trabalhar conosco. Nossa parceria nos ensinou o quanto um animador precisa ser perseverante para realizar um longa. Ainda mais no contexto em que nos encontramos, de latino americanos, onde tudo é muito mais difícil. Ver o filme pronto, circulando, parecia um sonho distante, e nos inspiramos na resiliência do Diego para chegarmos até aqui.” conclui a dupla Valu Vasconcelos e Marcelo Cyro.
SINOPSE
Em um futuro próximo, a humanidade cria um paraíso artificial QUADRADO, na superfície da Lua. Nele, só entra quem tem o aspecto físico – e o modo de pensar – quadrado. Para atingir essa FORMA, os indivíduos usam máquinas de “quadratização”: prensas, aparelhos corretivos e cirurgias que modelam seus corpos como cubos, e fecham suas mentes ao senso crítico. PEDRO PRENSA, um homem obcecado por se ENCAIXAR, enfrenta o dilema entre se converter em um QUADRADO ou liberar sua autêntica forma.