Everybody’s Golf Hot Shots: A alma arcade que não envelhece!

O clássico golfe para todos volta com a mira afiada. Fácil de aprender, difícil de dominar, repleto de carisma e com um pacote técnico sólido no PC. Nem tudo é “hole-in-one”, mas a nova tacada da série acerta o fairway.

 

 

“Golfe para todos” nunca foi apenas um slogan: é o DNA que fez a série Everybody’s Golf atravessar gerações. No lançamento de Everybody’s Golf Hot Shots, o espírito continua intacto: controles acessíveis, personagens carismáticos, pistas que flertam com o desenho animado sem abrir mão de nuances de jogabilidade e um loop de partidas rápidas que convida ao famigerado “só mais 18 buracos”. A versão de PC chega com a responsabilidade de traduzir essa herança para um público amplo, desde o iniciante que nunca segurou um putter virtual ao veterano que já calcula vento, relevo e spin como quem respira. O resultado? Um pacote que respeita a tradição, amplia opções de desempenho e acessibilidade e mantém o foco no essencial: tacar, ajustar, aprender e repetir. O jogo chega no dia 4 de setembro para PlayStation 5, Nintendo Switch e PC via Steam.

 

Graças a Assessoria de Imprensa da Bandai Namco podemos jogar Everybody’s Golf Hot Shots para PC. Esta gameplay pode ser vista ao final deste artigo.

 

 

A base permanece o sistema de três cliques (potência, precisão e impacto), agora com camadas modernas como assistências graduais, linhas-guia de trajetória e leitura do green que podem ser reduzidas ou desligadas conforme o jogador evolui. Spin e “risers”, toques de topspin/backspin continuam fazendo toda a diferença para “matar” a bola perto do pin. Vento e relevo, leitura clara no HUD, com efeitos perceptíveis sem se tornarem arbitrários; a curva de aprendizado é gostosa e recompensadora.

 

Novas tacadas situacionais como “punch shot” mais estável contra vento frontal e chutes de escape (baixo loft) na borda do rough reduzem a frustração. O ritmo é a grande estrela. Buracos são rápidos, checkpoints visuais são legíveis e o feedback sonoro do “sweet spot” vicia. O jogo volta a brilhar no curto jogo (short game): putts exigem atenção à topografia e à velocidade; chips calibrados salvam pares improváveis.

 

 

Falando dos controles do jogo. Jogando no teclado e mouse, é totalmente jogável. O mouse dá precisão ao timing de impacto, mas exige hábito. Já no joystick, a leitura de timing nos analógicos é excelente e, para muitos, será a forma ideal, pois o próprio jogo diz que tem uma experiência melhor com o controle. E não posso deixar de citar a personalização. Pois conta com remapeamento completo, sensibilidade ajustável e opções de “janelinha” de impacto maior para quem precisar de mais tolerância, ótimo para acessibilidade.

 

Os modos de jogo são Carreira/Pro Tour, campanha leve com torneios escalonados, objetivos secundários, acerte o green em duas, evite bunker, faça birdies consecutivos e chefes temáticos que exigem consistência. Desafios diários, rotação de pistas e condições climáticas mantêm a sensação de “conteúdo novo”, com recompensas cosméticas e Multiplayer Online com lobbies públicos e privados, modos stroke play, match play e todos ao mesmo tempo, neste modo cada um joga no seu ritmo, placar em tempo real. Local, que faz o famoso ritual de passa-controle e tela compartilhada em pares, continua sendo o melhor jogo social para quem quer reunir amigos sem curva de aprendizado longa. O ponto alto, os eventos temáticos com vento extremo, copo ampliado, pin deslocado, renovam a curva de aprendizado e criam histórias memoráveis. Um ponto de atenção; a rotação inicial de pistas é boa, mas os jogadores maratonistas podem sentir a repetição após a um tempo. Já que o calendário de conteúdos sazonais será determinante.

 

 

Os campos misturam estética de anime com design esportivo. Há doglegs que seduzem a arriscar por cima, bunkers posicionados sob medida para punir overconfidence e greens com inclinações suaves que enganam o olhar.  Vão alguns destaques: Costa Coral tem ventos laterais exigem leitura fina do draw/fade, belíssima iluminação no fim de tarde. Em Vales de Zéfiro, decisão de segunda tacada, jogar seguro em três lances ou tentar o green em dois usando o vento de cauda. E Jardins Reais, greens técnicos, fairways estreitos; escola de paciência. O balanço entre risco e recompensa é exemplar. O jogo sempre oferece um “atalho”, um carry arriscado por cima da água, um lay-up cirúrgico e recompensa a leitura correta.

 

No visual, posso dizer que no estilo é um anime premium, cores vivas, personagens expressivos, é charmoso sem parecer infantil. Tem iluminação e clima com mudanças dinâmicas de luz e céu que alteram levemente a leitura de profundidade e a velocidade do green com uma sutileza que agrega. Na modelagem, os cenários ricos em elementos de borda com faixas, placas e vegetação sem poluir o HUD.

 

 

Agora no áudio, o jogo tem trilhas com temas leves e chicletes que não cansam, com variações por bioma. Efeitos ao contato da bola com diferentes superfícies como fairway, rough e bunker, soa distinto e informativo o thwack do acerto perfeito é delicioso. As vozes e reações têm dublagens pontuais, reações do público dosadas e sem intrusão. Uma nota pessoal, gostei mais da dublagem japonesa que a inglesa, pois achei que combinou mais com o jogo.

 

A versão de PC é estável e escalável.  Com opções gráficas amplas nas texturas, sombras, qualidade da grama, distância de desenho, oclusão de ambiente. O jogo suporta as resoluções: em 1080p, 1440p e 4K, além de ultrawide (21:9) com HUD adaptado. Upscaling, presença de tecnologias de reconstrução de imagem como DLSS/FSR/XeSS, ótima para estabilizar entre 60 a 120 fps. Taxa de quadros destravada escalona bem, os menus e replays respeitam limites configurados. Já na estabilidade, sem crashes no nosso período de testes; microstutters ocasionais ao carregar assets em replays pesados, mitigáveis ao travar a taxa de quadros. E por fim, os acessórios com vibração no controle, há reconhecimento adequado de ícones tanto em joysticks do Xbox ou da PlayStation e remapeamento completo para controles genéricos.

 

 

O jogo oferece experiência por buraco, recompensas por objetivos  com birdies em sequência, eagles, up & downs e moedas do jogo para adquirir itens como trajes e cosméticos, como chapéus, luvas e visuais temáticos por temporada. Madeiras e ferros com perks sutis como janela de impacto um pouco maior, leve bonificação de spin, perda de potência em compensação. Vale ressaltar que é importante as diferenças entre equipamentos são incrementais, preservando a habilidade como fator principal. A sensação de evolução vem mais do domínio dos fundamentos do que de números inchados.

 

Mesmo que o modo solo seja competente, é no multiplayer que Everybody’s Golf Hot Shots vira vício. Os lobbies com placar em tempo real e replays finais das melhores tacadas criam um ambiente de esporte de lazer digital. As salas temáticas como vento forte, no spin, chuva constante, funcionam como laboratórios de aprendizado e comédia. Pois nada como ver quatro jogadores caindo no mesmo bunker por ganância. A progressão compartilhada com os cosméticos e banners obtidos em qualquer modo, estimula alternar solo e online. E o sistema de ranked inicial é indulgente o bastante para não espantar novatos, mas exige consistência para escalar.

 

 

A acessibilidade do jogo com as assistências visuais, tendo as linhas de putt mais visíveis, marcos de distância ampliados, HUD de contraste elevado. Os ajustes de tempo, janela de impacto expandida e modo timing assistido para quem tem alguma dificuldade motora. As opções de daltonismo com paletas alternativas para marcadores, vento e contornos de green. No áudio o controle independente de voz, efeitos, música e narrações de dicas. Pois de inicio achei o volume do jogo alto e logo ajustei para ficar mais confortável de ouvir. As legendas e tamanho de fonte são escalonáveis e inclusive para 4K e ultrawide. São escolhas que não paternalizam e, ao mesmo tempo, abrem a porta para públicos diversos.

 

 

Everybody’s Golf Hot Shots chega preservando aquilo que sempre definiu a série, a acessibilidade com profundidade. É um jogo feito para sorrir depois de um birdie bem trabalhado, rir do amigo que errou um putt de meio metro e no minuto seguinte, entrar em outra rodada. O port é sólido, as opções técnicas são robustas e o multiplayer tem o tempero certo para virar tradição no seu tempo livre.

 

Confira a gameplay realizada pelo canal Com Noção de Everybody’s Golf Hot Shots abaixo:

 

 

 

 

Everybody’s Golf Hot Shots - PC
Nota Final
9.4/10
9.4/10
  • Gráficos - 10/10
    10/10
  • Jogabilidade - 9/10
    9/10
  • História e Diversão - 9.5/10
    9.5/10
  • Áudio e Trilha Sonora - 9/10
    9/10
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Everybody’s Golf Hot Shots não reinventa o golfe virtual e nem precisa. Em vez disso, entrega refino, polimento e um ecossistema que valoriza habilidade acima de grind. Para veteranos, é um retorno triunfante. Já para novos jogadores, talvez a melhor porta de entrada do gênero.

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Leo Lopes

Sou formado em jornalismo e fotógrafo na horas vagas. Criador de conteúdo no canal Com Noção no YouTube e parceiro oficial do jogo PUBG Lite. Um amante incondicional de retrogames, principalmente do saudoso Mega Drive.