Absolum um novo “rogue ’em up” promete reviver a chama dos beat ’em ups com frescor

Hoje é lançado o jogo Absolum, um ambicioso híbrido entre roguelite e beat ’em up desenvolvido por Guard Crush Games, Supamonks e Dotemu, e publicado pela Dotemu. O título traz promessas ousadas como ação frenética de pancadaria lateral, caminhos ramificados, rejogabilidade elevada e um cenário de fantasia cru e épico. É o primeiro IP original da Dotemu (até então mais conhecida por reviver franquias clássicas) e marca um passo audacioso para a editora no gênero de ação moderna.

 

 

Absolum está sendo lançado para PC via Steam, Nintendo Switch, PlayStation 4 e PlayStation 5. Desde o anúncio oficial, Absolum vinha gerando expectativa entre fãs de beat ’em up no estilo arcade e do gênero roguelike, sobretudo por trazer uma ambientação fantástica, personagens distintos e um sistema de progressão que busca recompensar quem se aprofunda no jogo.

 

Graças a Assessoria de Imprensa da Dotemu podemos jogar Absoolum para PC. Esta gameplay pode ser vista ao final deste artigo.

 

 

A ambientação do jogo é um de seus pontos mais fortes. Absolum se passa no mundo de Talamh, que foi despedaçado por um cataclismo mágico. A magia, antes venerada, caiu em descrédito entre a população comum. Aproveitando a instabilidade, o tirânico Sun King Azra usurpou poder. Ele escravizou magos via sua Ordem Carmesim, colocou príncipes leais para governar territórios conquistados e expandiu seu domínio com punho de ferro. Em meio ao temor e opressão, uma figura enigmática, a alta encantadora Uchawi, e um pequeno grupo de rebeldes surgem das sombras. Eles planejam desafiar Azra e reconquistar o direito à magia para os povos de Talamh.

 

Os desenvolvedores prometem múltiplos caminhos narrativos e ramificações de exploração, ou seja, uma linha de história pode divergir dependendo de escolhas ou rotas tomadas. Isso dá ao jogador sensação de agência e incentiva a rejogabilidade (fundamental para jogos com ambições roguelite). Com visual desenhado à mão e animações cuidadas (obra do estúdio Supamonks), Absolum aposta bastante no componente artístico para sustentar sua identidade própria e destacar-se frente a clones ou homenagens. Pois jogando Absolum, me fez recordar de um clássico da SEGA o Golden Axe.

 

 

O jogo disponibiliza dois personagens diferentes, cada qual com estilo de combate próprio, recursos e motivações. Karl é um anão robusto, combina golpes físicos contundentes com uso de armas de fogo e Galandra, uma elfa guerreira ágil de espada, especialista em combate corpo a corpo. Essa diversidade busca garantir que cada partida, especialmente em roteiros diferentes, exija adaptação tática.

 

Como bom roguelite, Absolum aposta em morte permanente parcial, ou seja, ao falhar, você recomeça, mas com elementos continuam. Há um conceito de “Inspirations” (habilidades de combate desbloqueáveis) que o jogador adquire ao derrotar chefes. Também existem missões secundárias, rotas alternativas e caminhos divergentes que alteram ou expandem o mapa de cada sessão. Essa estrutura permite que cada jogada traga surpresas como encontros imprevisíveis, variações de layout de nível e diferentes combinações de inimigos e eventos. O desafio será manter esse “elemento rogue” equilibrado, nem tão punitivo que frustre novatos, nem tão brando que torne a rejogabilidade irrelevante.

 

 

A proposta de Absolum é entregar um combate fluido, variado e encadeado, combinando golpes, contra-ataques, magia e movimentação. As influências declaradas apontam para clássicos de fantasia e beat ’em ups com profundidade tática. Os chefes devem funcionar como marcos de progressão. Ao derrotá-los, o jogador desbloqueia habilidades ou caminhos novos. Também há expectativas de que as variações de “encounters” (eventos aleatórios) ofereçam mini desafios, surpresas e escolhas de risco/recompensa. Por outro lado, resta saber se o balanceamento se sustentará em fases avançadas ou em dificuldades elevadas: muitos jogos roguelite sofrem com picos de dificuldade mal mesclados ou acumulação de itens que quebram o limite do desafio.

 

Guard Crush Games já demonstrou competência com Streets of Rage 4. A junção com Dotemu e Supamonks confere credibilidade técnica e artística ao projeto. A mistura entre ação arcade e mecânicas de roguelite é uma tendência em alta, isso se bem executada, pode agradar a fãs de ambos os estilos. O estilo desenhado à mão e a atenção à animação ajudam a dar personalidade ao jogo, evitando o efeito genérico comum a muitos títulos de ação modernos.

 

 

Com rotas ramificadas, desbloqueáveis, encontros aleatórios e diferentes personagens, Absolum pode sustentar dezenas ou centenas de horas sem se tornar repetitivo. A transição do roguelite para o beat ’em up pode gerar momentos de picos de dificuldade. Se falhar em oferecer uma curva gradual, jogadores menos experientes podem se sentir penalizados demais. Jogos desse tipo exigem controles responsivos, boa leitura de golpe dos inimigos e tempo de resposta. Qualquer imprecisão pode comprometer a experiência em lutas acirradas.

 

Mesmo com caminhos ramificados, há risco de que as fases mais “comuns” soem parecidas ao longo do tempo. A variedade em inimigos, layouts e eventos será determinante. Para manter a comunidade ativa, será importante suporte contínuo (balanceamentos, DLCs, modos extras). Se o jogo “parar” logo após o lançamento, pode perder tração.

 

 

Como IP original e projeto com ambições, os fãs de beat ’em up e roguelite podem esperar quase “o jogo perfeito” e pequenas falhas poderão ser mais criticadas.

 

Após as primeiras horas de Absolum, fica claro que a equipe fez um esforço consciente para unir o melhor dos dois mundos: a visceralidade das batalhas de pancadaria lateral e a imprevisibilidade estratégica dos roguelites. Há momentos de brilho, combos bem encaixados, decisões de rota que mudam o ritmo da sessão, diversidade de estilos entre personagens. Em sua versão inicial, o jogo encanta pela direção de arte e pela atmosfera épica (subjugação, magia proibida, rebelião). No entanto, ainda deixa um certo receio: será que os chefes mais duros manterão coerência com o poder progressivo do jogador? Ou, em sessões longas, a mesmice não surgirá?

 

 

Para fãs de beat ’em ups clássicos, Absolum é um sopro de novidade. Para entusiastas de roguelite, um acréscimo interessante à espécie. É pouco provável que agrade totalmente a quem prefira apenas ação pura sem elementos de progressão ou aleatoriedade — mas para o público certo, pode se tornar um novo favorito.

 

Confira a gameplay realizada pelo canal Com Noção de Absolum abaixo:

 

 

 

Absolum - PC
Nota Final
9/10
9/10
  • Gráficos - 9/10
    9/10
  • Jogabilidade - 9/10
    9/10
  • História e Diversão - 9/10
    9/10
  • Áudio e Trilha Sonora - 9/10
    9/10
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Absolum é uma estreia sólida e empolgante, unindo com maestria o ritmo visceral dos beat ’em ups à profundidade dos roguelites. A direção de arte impressiona, o combate é envolvente e há espaço para domínio técnico e descoberta. Mesmo com riscos de repetitividade, o resultado é uma experiência marcante e cheia de personalidade.

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Leo Lopes

Sou formado em jornalismo e fotógrafo na horas vagas. Criador de conteúdo no canal Com Noção no YouTube e parceiro oficial do jogo PUBG Lite. Um amante incondicional de retrogames, principalmente do saudoso Mega Drive.