TOWA AND THE GUARDIANS OF THE SACRED TREE foi lançado em 18 de setembro, disponível para Xbox Series X|S, PlayStation 5, Nintendo Switch e PC via Steam. O título foi desenvolvido pela Brownies Inc. e distribuído pela Bandai Namco Entertainment Inc., nomes que despertaram ainda mais interesse no lançamento.
Graças a Assessoria de Imprensa da Bandai Namco podemos jogar TOWA AND THE GUARDIANS OF THE SACRED TREE para PC. Esta gameplay pode ser vista ao final deste artigo.
O jogo chegou ao mercado cercado de expectativas, principalmente pela forma como foi apresentado durante seus trailers de pré-lançamento: uma aventura carregada de simbolismo, com estética fortemente inspirada em mitologias orientais e uma promessa de unir combate estratégico com exploração narrativa.
Logo nos primeiros minutos, o jogo se apresenta como um conto místico, controlamos Towa, uma jovem escolhida para proteger a Árvore Sagrada, elemento central de toda a mitologia do universo criado pelo estúdio. É um ponto de partida clássico, mas que abre espaço para boas possibilidades narrativas.
No entanto, é aqui que já surge uma primeira contradição, embora a proposta seja ambiciosa e o lore pareça profundo, a execução peca por superficialidade em pontos cruciais. A jornada de Towa tem momentos emocionantes, mas o ritmo irregular e a falta de impacto nas decisões narrativas deixam a experiência aquém do que poderia ser.
Se há algo que salta aos olhos em Towa and the Guardians of the Sacred Tree, é a sua direção de arte. O jogo abraça cenários que lembram aquarelas vivas, com paletas suaves durante a exploração e explosões de cores nos combates contra guardiões. As criaturas místicas possuem design criativo, transmitindo tanto imponência quanto fragilidade em certos momentos.
Por outro lado, a execução técnica não acompanha a ambição artística. Durante as transições de áreas, é comum notar quedas bruscas de taxa de quadros, além de texturas que demoram a carregar. Para um jogo que depende da imersão visual, esses problemas quebram a atmosfera de forma perceptível.
A interface também deixa a desejar. Embora minimalista, a HUD às vezes esconde informações importantes ou não dá feedback adequado sobre status e efeitos em batalha. Isso gera confusão, especialmente em confrontos mais longos.
Em resumo: o jogo tem uma identidade visual admirável, mas a falta de polimento técnico reduz a força dessa proposta estética.
A jogabilidade é dividida em duas frentes: exploração e combate.
Na exploração, Towa oferece cenários semiabertos, onde é possível interagir com NPCs, coletar recursos e desbloquear segredos do mundo. No início, isso soa empolgante, mas rapidamente se torna um ciclo repetitivo: áreas vazias, side quests sem relevância e um backtracking forçado que mais cansa do que recompensa.
No combate, o sistema tenta equilibrar ação em tempo real com elementos estratégicos, permitindo o uso de combos, esquivas e habilidades especiais atreladas à energia espiritual de Towa. Os confrontos contra guardiões são, sem dúvida, o ponto alto do jogo: intensos, desafiadores e carregados de impacto visual. Contudo, as batalhas contra inimigos comuns carecem de variedade. Após poucas horas, já se tem a sensação de enfrentar clones com padrões previsíveis.
Outro ponto crítico é o balanceamento. Alguns guardiões possuem picos de dificuldade abruptos, que forçam o jogador a farmar de forma artificial, quebrando o ritmo narrativo. O resultado é uma experiência que oscila entre momentos brilhantes e longos trechos arrastados.
A história do jogo tem todos os ingredientes para ser memorável, uma protagonista escolhida pelo destino, guardiões místicos que representam forças da natureza e um conflito espiritual entre preservação e destruição.
Mas a execução narrativa não atinge seu potencial. Towa, apesar de ser uma personagem carismática em design, carece de profundidade. Suas motivações raramente são exploradas além do arquétipo do “herói relutante”. Os guardiões, que poderiam ter personalidades distintas e histórias emocionantes, acabam reduzidos a obstáculos de gameplay.
Os diálogos, em muitos momentos, soam superficiais e expositivos, como se o jogo tivesse pressa em entregar informações sem realmente desenvolver as relações entre os personagens. A sensação é de que o estúdio construiu um universo rico, mas não conseguiu traduzi-lo em uma narrativa consistente.
Se existe um ponto onde Towa realmente acerta, é em sua trilha sonora. As composições misturam instrumentos tradicionais com arranjos modernos, criando uma atmosfera que sustenta a imersão mesmo quando a narrativa falha. Cada guardião possui um tema próprio, reforçando sua identidade e tornando as batalhas mais épicas.
Os efeitos sonoros também cumprem bem seu papel, transmitindo impacto em golpes, leveza na exploração e mistério nos momentos de silêncio. Aqui, o jogo demonstra uma maturidade impressionante, especialmente para um estúdio independente.
Infelizmente, a dublagem, quando presente, não tem o mesmo nível de qualidade. As vozes parecem desconexas do tom emocional de algumas cenas, o que compromete a dramaticidade em momentos-chave.
Towa and the Guardians of the Sacred Tree é um jogo que, em muitos aspectos, representa bem o cenário atual: uma ideia ambiciosa, um universo com potencial e momentos que chegam a emocionar, mas que tropeça justamente na execução.
A experiência visual e sonora merece elogios, mas os problemas técnicos, a repetição no gameplay e a narrativa rasa impedem que o título alcance o patamar que prometia. Para quem busca uma aventura curta, com belas paisagens e alguns chefes memoráveis, vale a tentativa. Mas para os que esperavam uma obra-prima indie, o resultado pode soar decepcionante.
Confira a gameplay realizada pelo canal Com Noção de TOWA AND THE GUARDIANS OF THE SACRED TREE abaixo:
Towa and the Guardians of the Sacred Tree - PC
Nota Final
-
Gráficos - 7/10
7/10
-
Jogabilidade - 6/10
6/10
-
História e Diversão - 5.5/10
5.5/10
-
Áudio e Trilha Sonora - 6.5/10
6.5/10
VOTAÇÃO POPULAR ➡️
0 (0 votes)CONSIDERAÇÕES FINAIS
Towa and the Guardians of the Sacred Tree é uma aventura que encanta pela arte e pela trilha sonora, mas não sustenta sua própria ambição. A narrativa rasa e os problemas técnicos pesam contra a imersão. A gameplay apresenta bons momentos nos chefes, mas se perde na repetição. No fim, é um título que poderia ser memorável, mas acaba sendo apenas mediano.