Quando pensamos em um Papa (seja ele quem for no momento), de certa forma, nós os santificamos de maneira divina, não é? E é essa a beleza deste filme dirigido por Fernando Meirelles que agora se encontra na plataforma de streaming Netflix. Ele humaniza os Papas Francisco e Bento XVI, mostra vários diálogos entre os dois que embora tenha a missão e a responsabilidade de evangelizar um povo, eles também têm os conflitos humanos que os fazem titubear em alguns momentos.
Fica fácil em entender a curiosidade em ver o filme, o tema é atual e interessante pois a estória (isso mesmo gente…não é real) gira em torno da renúncia do Papa Bento XVI e a ordenação de Jorge Mario Bergoglio – o Papa Francisco. Fica mais atrativo ainda se você fica sabendo que ele é estrelado por Anthony Hopkins (Bento) e Jonathan Pryce (Francisco).
O filme é rico em diálogos, muitos idiomas envolvidos (espanhol, alemão, latim, italiano e o idioma que você optou na dublagem (rs)) e ele inicia com Bento se tornando Papa e Francisco (até então bispo) querendo uma possível aposentadoria, por isso ele vai até Roma para poder ter a autorização de Bento. Durante esses diálogos você percebe que ambos se importam com o rumo que a Igreja Católica está tomando e o quanto é difícil direcioná-la a um bem comum. Como toda conversa inteligente você testemunha no filme as opiniões (muitas vezes diferentes) de cada um sobre vários assuntos. Percebe-se um Bento extremamente inteligente e disciplinado que gosta muito da quietude, isso o faz entender que a Igreja Católica precisa de alguém como Francisco: que gosta de se comunicar, estar perto das pessoas e tem a noção de um mundo mudado, com mais sensibilidade de entender as pessoas. Segundo o diretor do filme, os atores durante as filmagens saíram muito e conversaram bastante a ponto de trazer para tela a conexão de amizade entre eles, o que eu achei muito bacana – tenho noção que não é um documentário e a maioria dos diálogos foi criado para o filme, mas a sensação que tenho é que realmente existia uma amizade entre os dois Papas (segundo a revista American Magazine, eles se encontraram em Roma – o próprio filme mostra em imagens reais, mas não como foi direcionado no filme).
Há uma tensão no filme, afinal mostra, de forma sutil, o escândalo em 2007 sobre um documento secreto vazado. Contudo o filme sempre retoma as conversas informais entre os dois Papas.
Claro que não houve isso de fato, mas adorei a ideia de colocar o Papa Francisco tentando deixar Bento mais descontraído em três momentos: eles comendo pizza, Francisco ensinando tango a Bento e mais para o final os dois assistindo a Copa do Mundo onde a Alemanha foi vencedora.
E assim…não vá com olhos religiosos assistir este filme, vá de coração aberto focando na mensagem de amor que há nele que tenho certeza que vai gostar. O filme foi para 37 festivais e já ganhou alguns prêmios inclusive (o filme venceu como Favorito da Audiência no 42º Mill Valley Film Festival, na Califórnia, e no 6º Orca Island Film Festival, na Islândia, foi eleito o Melhor Filme. No 37º Miami Film Festival, levou o prêmio MIAMI GEMS 2019 Gigi Guermont Audience Award e no 27º Hamptons Film Festival, o Prêmio da Audiência). E no dia 09/12/2019, foi anunciado pelo Globo de Ouro que o filme está concorrendo nas categorias melhor roteiro (Anthony McCarten), melhor ator coadjuvante (Anthony Hopkins), melhor ator em drama (Jonathan Pryce) e melhor drama. Ou seja, vale a pena dar uma olhadinha no filme.
‘Dois Papas’ já está disponível na plataforma de streaming do Netflix. Confira o trailer abaixo:
Dois Papas
Nota Final
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Ideia e Roteiro - 10/10
10/10
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Fotografia, Figurinos e Efeitos Visuais - 10/10
10/10
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Áudio e Trilha Sonora - 10/10
10/10
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Adaptação e Atuação - 10/10
10/10
VOTAÇÃO POPULAR ➡️
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Atores atuando com excelência.