Imagine levar sua família a um parque de diversões e, em vez de sorrisos e lembranças felizes, encontrar um cenário de puro terror onde cada brinquedo é uma armadilha e a única saída é revelar as verdades que mais se teme encarar. Assim começa Happyland – Parque de Diversões do Inferno (Conrad Editora), mangá de Shingo Honda que mistura crítica social, drama familiar e uma sequência brutal de provas de sobrevivência, evocando o clima de tensão e jogo psicológico de séries como Round 6 e Alice in Borderland.
A trama gira em torno da família Komiya, aparentemente comum e funcional, até serem arrastados para um parque sinistro onde nada é o que parece. Ali, os brinquedos funcionam como instrumentos de tortura emocional e física, e cada atração exige que os participantes confessem seus segredos mais íntimos. À medida que a fachada familiar começa a ruir, afloram culpas, rivalidades, traumas e ressentimentos enterrados por anos.
O que era para ser um passeio em família se torna uma experiência de revelação forçada. Mais do que um mangá de terror gore, Happyland – Parque de Diversões do Inferno mergulha fundo na complexidade das relações humanas, expondo a hipocrisia do ideal da família perfeita. As imagens de horror são gráficas, mas o verdadeiro impacto vem do que é dito (ou silenciado) entre pais e filhos, irmãos e cônjuges.
O mangá, criado por Honda, revela, na verdade, um espelho distorcido de todas as pressões, desigualdades e expectativas sufocantes que habitam muitos lares. Com arte intensa, ritmo acelerado e reviravoltas surpreendentes, o título é surpreende, emociona e prende até a última página ao tratar sobre fantasmas internos que todos carregam.
Serviço
Happyland – Parque de Diversões do Inferno
Editora: Conrad
Tradução: Bruna Ogawa
Letras: Lilian Mitsunaga
Cores: Preto e branco
Coleção: Volume único
Edição impressa
Páginas: 352
Preço impresso: R$ 79,90/ Preço do ebook (em dois volumes): R$ 29,90 cada volume