Análise do mangá SandLand, distribuído pela Editora Panini

Quem é fã de Akira Toriyama sabe que ele não é só conhecido por ter criado Dragon Ball, o artista tem outras histórias tão boas quanto sua série de mangás mais famosa, como Dr. Slump e SandLand. Este último citado foi lançado pelo autor em forma de capítulos no Japão através da revista Shōnen Jump no ano 2000 e posteriormente foi compilado em apenas um mangá. SandLand chegou em outubro de 2022 aqui no Brasil com uma edição reformulada e muito bonita pela Editora Panini e é exatamente desta que falaremos aqui nesta nossa análise.

Em um mundo desértico onde demônios e humanos sofrem com a escassez extrema de água, Beelzebub, o Príncipe dos Demônios, e Shiba, um xerife de uma pequena cidade, formam uma dupla e partem em uma aventura em busca da Fonte Fantasma em algum lugar no deserto.

SandLand é um mangá de ação, aventura e comédia, bem típico de Akira Toriyama, e assim como em todas as suas publicações, tem elementos de outras criações do artista. Nesta história, o personagem principal Beelzebub é o Príncipe dos Demônios … e … sabe quem é o seu pai e Rei dos Demônios? Se você é fã de Dragon Ball com certeza falou Dabura e acertou! Um dos personagens mais icônicos de Dragon Ball Z aparece em SandLand se mostrando como o pai de Beelzebub. Além disso, há outros pequenos elementos da estética do mangá que relembrar muito Dragon Ball e outras histórias criados por Toriyama.

“Este era pra ser uma serialização curta na qual eu pessoalmente queria me divertir bastante (ou assim deveria ser) desenhando um velho e um tanque de guerra, mas … desenhar o tanque acabou sendo muito mais difícil do que eu imaginava. Pra piorar, quis desenhar tudo sozinho, como sempre e me arrependi amargamente. A história já estava todinha planejada e eu nem pude mexer em nada … e foi assim que eu mesmo me atirei no inferno …”, diz Akira Toriyama em uma espécie de “desabafo” ao iniciarmos este mangá, mostrando mais uma vez como o autor exige uma perfeição de si mesmo, traduzindo em obras magníficas. E claro, mais uma vez ele foi bem sucedido, afinal, além de uma estética gráfica muito bonita de personagens e cenários, a história te prende do começo ao fim. Confesso que não li mais rápido por dó de terminar o mangá, pois a história relembra tempos mais simples de Dragon Ball, quando tudo era mato, ou nesse caso … deserto!

SandLand tem um personagem que a princípio se mostra um demônio no sentido mais pejorativo da palavra, mas aos poucos Beelzebub vai se mostrando mais humano do que muitos … mais uma vez, tenho que citar Dragon Ball, mostrando que este personagem relembra muito da história de Piccolo.

Pra completar, o autor consegue fechar a história com muita ação, mas também com uma dose de aprendizado e também interligando muito com os tempos atuais, onde a “fome por riquezas” dos mais poderosos é tão grande que estes fazem verdadeiros absurdos para se manter no poder sobre os mais fracos, e é preciso um demônio para mostrar isso.

Talvez seja o momento perfeito para quem deseja ler SandLand, afinal, em breve a Bandai em parceria com Akira Toriyama vão lançar um filme e um jogo. Intitulado Projeto SandLand, a empresa e o autor pretendem desenvolver uma franquia completa do mangá.

Esta edição da Panini está muito boa, com qualidade impecável. São 216 páginas com um marcador de brinde para colecionadores, pelo preço sugerido de R$ 33,90, porém confesso que paguei apenas R$ 20,99 em uma promoção na Amazon que pode ser conferida clicando aqui.